Você vêm.
Sei lá, toda noite. Todo dia… De alguma forma você vêm. Seja dentro de uma carta, ou de um E-mail. Ou algum pensamento privado. Você sempre vêm.
Sempre!
Chegaria a ser engraçado, se não fosse trágico.
Aliás, seria trágico, se não fosse de alguma forma gostoso. E seria gostoso se não causasse dor.
Mas… Querendo ou não – eu sempre quero – você vêm.
Passa por mim, me esbarra na rua, me olha meia boca… Desvia o olhar. Finge que não vê, finge que não percebeu, finge que odeia, finge que gosta. Diz que sim, que não, que “sei lá”. Faz caras e bocas, mas faz. E… você vêm. Da mesma forma, com os mesmos passos, ou talvez, sei lá, com o mesmo perfume – eu já não sinto mais ele.
Você sempre vêm. Sempre. Quando eu quero esquecer, você vêm. Me tira o ar, e as palavras. Me faz achar que eu já não acho mais nada – eu nunca sempre acho.
De vez em quando eu não quero mais isso, mas aí eu percebo que é o que eu sempre quero.
Vêm! Eu tô indo…